"O Androide", de Paulo de Castro
“Percebeu que se,
de fato, um Deus que zela pelos humanos existisse, não designaria uma máquina
para ser o profeta. Esse Deus, ora cruel, ora misericordioso, nem ao menos
permitiria a própria extinção dos seres humanos.
Poderia a máquina
ser esse Deus, dando vida de novo aos homens?”.
Esse e outros sinais elétricos
varriam o processador de JPC-7938 com velocidade sobre-humana. Processava uma
infinidade de outras informações ao mesmo tempo, o que diminuía ainda mais a
energia da sua bateria. Talvez era isso mesmo que ele quisesse, para consumar
de uma vez o que já estava fadado ao fracasso. Sua bateria durou quatro horas
até o desligamento completo. Nessas intermináveis horas, em que não via nada
além da densa neblina, que ofuscava o céu azul, cercado de nuvens brancas,
percebeu que tudo não passava de coincidência. Que o planeta fora criado, de
fato, ao acaso, e que não havia um destino ou uma missão a ser cumprida; apenas
a existência, até o inevitável dia do fim.

Ficha técnica:
Título: “O Androide”
Autor: Paulo de Castro
Editora: Novo Século
Selo: Talentos da Literatura
Brasileira
Páginas: 256
ISBN: 978-85-428-0812-4
O livro pode ser encontrado na Amazon Brasil, na Eba! Livros, Livraria da Folha, Cia dos Livros e na Saraiva.
Fiquei bastante curioso com a história do livro! Abraços.
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